Blog da Escola de Referência e Educação Jovens e Adultos Amaury de Medeiros

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31 de janeiro de 2011

Quem educa, de fato?

Por: Francisco Grijó - No bom filme Educação, da diretora dinamarquesa Lone Scherfig, a personagem feminina central, uma adolescente à frente de sua limitadíssima época, dirige-se à diretora da escola: “Vocês educam, mas esqueceram-se de dizer para quê!” É o ponto-chave da película. A mocinha não questiona a razão de estudar línguas mortas, teoremas ou história. Questiona se há algo além de tudo aquilo que se apresenta, e se o que é estabelecido pela família e pela escola é o resumo do que chama “viver” – também conhecido pelo nome tédio.
Há alguns anos me perguntaram sobre como me sentia como educador. Sou professor de pré-vestibular, o que é bem diferente. Não educo, embora qualquer professor, não importa a série em que atue (do infantil ao pós-doutoramento), tenha a obrigação de apontar alternativas à chatice e à opressão que advêm das idéias pré-estabelecidas, sejam elas trazidas do seio familiar, sejam elas veiculadas nos discursos escolares. Sinto que me repito porque já falei isso, em postagem anterior. Mas nunca é demais.
O trabalho de um professor vai além da informação, e é bom lembrar que ensinar algo a alguém é algo plenamente discutível. Não creio que um professor ensine, mas que estimule, que desperte interesse por um ou outro assunto. O filme não chega a discutir isso explicitamente, mas deixa evidente que o papel da escola na descoberta do mundo é mínimo. A escola limita ao invés de libertar – afirma o roteiro, tão bem escrito por Nick Horby que me despertou a vontade de rever o ótimo Alta Fidelidade, com John Cusack fazendo suas listas.
O próprio título em inglês – An Education – provoca a ideia alternativa quanto à absorção do conhecimento e dos valores que contribuem para a formação individual. É uma possibilidade que deve ser levada em conta e a sério. A compreensão e análise crítica dos mecanismos sociais que criam a realidade são elementos fundamentais que independem dos bancos escolares, embora, claro, se possa obtê-los na vida acadêmica. Eis a questão: educação implica obrigatoriamente escola?
À parte as discussões sérias que o filme impõe – incluindo o desfecho um tanto moralista -, merece menção a belezura Rosamund Pìke, que rouba fácil o filme. Interpreta aquela categoria fascinante de mulher cujo miolo mole torna-a irresistivelmente charmosa. É fútil na medida extrema, proporcional à gostosura que exsuda em cada fala, em cada gesto. Só por ela o filme já valeria, mas há mais. É só buscá-lo nas locadoras ou fazer como eu: ser surpreendido num canal de tevê pago.
Sobre o autor: FRANCISCO GRIJÓ: professor de Literatura Brasileira, escritor e pai (todos em atividade). É nativo da ilha de Vitória, ES (1962).
Autor: DIGA ADEUS A LORNA LOVE, contos, 1987; UM OUTRO PAÍS PARA ALICE, contos, 1989; COM VIVIANE AO LADO, romance, 1995; MULHERES – DIVERSA CALIGRAFIA (com outros autores), contos, 1996; LICANTROPO, contos, 2001; HISTÓRIAS CURTAS PARA MARIANA M, romance, 2009. Em breve: TODAS ELAS AGORA, contos, e AGITE ANTES DE USAR, biografia da banda Mamíferos.
Publicado originalmente no blog: Ipsis Litteris
Postado por Ed Cavalcante

28 de janeiro de 2011

Bundas Brasileiras - Por Celso Athayde

Ontem, no jantar, vi umas bundinhas na TV. Sim, eu comia um PF (preto feito) com dois amigos e um deles me mostrou uma cena da chamada preferência nacional. Era um programa voltado pro público feminino e a apresentadora entrevistava um empresário japonês que veio fazer divulgação de algo sobre tecnologia.

Enquanto eles falavam, umas moças dançavam, mesmo sem música, tipo no Pânico. Daí a apresentadora perguntou: “E o senhor já conheceu uma de nossas mulheres?” Antes mesmo de ele responder, ela continuou: “O que achou? Nossas mulheres são as melhores e mais lindas do mundo, né?!”

Evidentemente que eu já tinha escutado essa pergunta milhões de vezes, nos mais variados programas de televisão. Mas não sei porque, ontem não bateu bem. A impressão que dava é que ela perguntava se ele já havia experimentado um churrasquinho, ou seja, um produto nosso de exportação ou de sedução.

O senhor oriental, após a tradução, olhou para a apresentadora sorridente e para as bundas das dançarinas e deu aquele típico sorriso meio oculto e meio desavergonhado de quem já tinha, sim, experimentado uma brasileira num dia de folga!

Nem sei se deveria, mas me senti mal e ficava nítido que certas perguntas estão vestidas de um conceito anômalo, mesmo que sem intenção. Perguntar ao velho o que ele achou era ratificar um olhar que existe sobre nossas mulheres que, independentemente de serem sensuais e tropicalmente lindas, não precisam ser lembradas como algo vulgar pela mídia, a verdadeira valorização do conceito “bom, bonito e barato”.

Claro, podemos dizer que a realidade feminina hoje é melhor do que há cinquenta, cem anos, mas temos que ter cuidado para que aqueles que deveriam ajudar a diminuir a pressão sobre o país, considerado o paraíso da exploração sexual e do tráfico de mulheres, não confirmem a idéia de que “dançarina” seja a única profissão das brasileiras.

Nada contra a profissão, mas devemos concordar que essa não é uma característica tão marcante. É algo que está apenas no imaginário. Essa “cultura” está tão concentrada que até os vídeos de agências de turismo tiram sarro e claro, agridem a imagem da mulher brasileira, como este aqui:



Também achei um programa americano famoso, que falava que o Brasil está deixando de ser o país do carnaval, bunda e futebol, para ser o país das riquezas naturais e boom econômico. Inclusive, o cara da TV americana falou que às vezes tem a impressão de conhecer melhor o Brasil do que alguns brasileiros que ainda não viram a potência econômica que é o nosso país, pois ainda focam apenas nas bundas.

E o pior é que o gringo não deixa de ter razão. Nós gostamos de vender as nossas bundas. E quem vende não pode reclamar do comprador. Se abriu o bar, vai ter que aturar o bêbado. Mas será que alguém se importa com isso?

Abaixo, o vídeo do programa:




Por Tia Jana Retirado de Yahoo!

13 de janeiro de 2011

PROFESSORES EFETIVOS SUBSTITUÍDOS POR CONTRATADOS

Nove professores concursados que lecionam em turmas do Travessia na Escola Amaury de Medeiros foram informados pela GRE que serão substituídos por professores contratados. Perguntas:

1) Por que um professor contratado tem mais direitos do que um professor concursado?

2) Por que os professores concursados foram autorizados a participar da capacitação e iniciar turmas e agora são obrigados, sumariamente, a sair?

3) No site da SEDUC, uma matéria informa que o Projeto Travessia irá continuar (leia abaixo). Devemos entender que mais professores efetivos serão substituídos por contratados ?

Matéria publicada no site da Seduc

12.01.2011
Meta é melhorar a distorção idade/série

Fotos: Ademar Filho
Fotos: Ademar Filho
Assessoria de Comunicação

O secretário de Educação, Anderson Gomes, recebeu a visita da gerente geral de Educação da Fundação Roberto Marinho (FRM), Vilma Guimarães. O encontro, que aconteceu nesta quarta-feira (12), na sede da SE, na Várzea, serviu para reafirmar o compromisso do Governo quanto à permanência dos Programas de Correção de Fluxo para o Ensino Médio (Travessia) e para o Ensino Fundamental (anos finais). “Nossa meta é avançar no âmbito da qualidade do ensino. Por isso, além de permanecer com a metodologia adotada pelos programas, queremos ampliá-los”, disse Anderson Gomes. Vilma Guimarães explicou que o ano letivo terá modificações positivas. “Estamos começando a estruturar novas ações. A ideia é que, este ano, a gente consiga trabalhar a qualificação profissional no âmbito da escola. Para isso, faremos um estudo no intuito de adequar os cursos que queremos oferecer à vocação de cada município”, explicou. Travessia – No ensino médio, ele já atendeu a mais de 102 mil estudantes. A ação ajudou a reduzir a taxa de distorção idade-série que em 2007 era de 70% e, em 2010, caiu para 53% no ensino médio, segundo dados do Censo Escolar 2009. Já no Ensino Fundamental, o Travessia, iniciado ano passado, atende atualmente a 14 mil jovens com histórico de duas ou mais repetências. A metodologia utilizada é a mesma do telecurso.

3 de janeiro de 2011

O que será que será - Chico Buarque

Uma música do chico menos conhecida do que deveria, pois tem uma outra com nome parecido e de mesmo tema musical: o que será (à flor da pele), que na minha opinião, não é tão boa quanto esta.


Chico Buarque : O que será quer será
Letra e música: Chico Buarque
Interpretação: Chico Buarque e Milton Nascimento.
O que será que será
Que andam suspirando pelas alcovas
Que andam sussurrando em versos e trovas
Que andam combinando no breu das tocas
Que anda nas cabeças, anda nas bocas
Que andam acendendo velas nos becos
Estão falando alto pelos botecos
E gritam nos mercados que com certeza
Está na natureza
Será que será
O que não tem certeza nem nunca terá
O que não tem conserto nem nunca terá
O que não tem tamanho


O que será que será
Que vive nas idéias desses amantes
Que cantam os poetas mais delirantes
Que juram os profetas embriagados
Que está na romaria dos mutilados
Que está na fantasia dos infelizes
Está no dia-a-dia das meretrizes
No plano dos bandidos dos desvalidos
Em todos os sentidos, será que será
O que não tem decência nem nunca terá
O que não tem censura nem nunca terá
O que não faz sentido


O que será que será
Que todos os avisos não vão evitar
Porque todos os risos vão desafiar
Porque todos os sinos irão repicar
Porque todos os hinos irão consagrar
E todos os meninos vão desembestar
E todos os destinos irão se encontrar
E mesmo o padre eterno que nunca foi lá
Olhando aquele inferno vai abençoar
O que não tem governo nem nunca terá
O que não tem vergonha nem nunca terá
O que não tem juízo


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