Blog da Escola de Referência e Educação Jovens e Adultos Amaury de Medeiros

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13 de abril de 2009

A INVENÇÃO DA CULTURA JOVEM

Prof. Edvaldo Cavalcante

Quando falamos em cultura jovem lembramo-nos, de cara, das inúmeras tribos que existem pelo planeta afora. Sim, tudo isso faz parte da cultura jovem, mas reduzi-la a movimentos urbanos (efêmeros) de rebeldia, chega a ser um desrespeito. Até o inicio da década de cinquenta o “pensar” e o “agir” , dos jovens, eram vistos como coisas pequenas e sem importância. Um dos marcos que ajudaram a mudar essa forma errônea de tratar o comportamento jovem foi, sem dúvida, o livro “O Apanhador No Campo de Centeio”, do escritor americano J.D Salinger. Escrito no final da década de 40, essa obra trata a adolescência como uma fase importante da vida que merece atenção e respeito. Holden Caulfield, o personagem central da narrativa, virou um ícone e o livro do Salinger é, até hoje, obrigatório nas escolas americanas.

Eu li o Aapnhador exatamente na minha adolescência. Cheguei a esse livro, não por razões literárias, mas porque está ligado a uma tragédia. Em 1980, no dia 08 de dezembro, para ser mais preciso, Mark Chapman assassinou John Lennon, depois sentou-se na calçada do edifício Dakota e foi ler o “Apanhador No Campo de Centeio”. Curioso, fui conferir a obra.

A década de 60 (século XX) marcou, definitivamente, a explosão da cultura jovem. Os protestos, a rebeldia, a contracultura e o exagero. Na tevê esse processo foi mais lento. Veja o exemplo dos seriados. Até o início da década de 70, o que se via eram produções que abordavam viagens ao espaço (tema em voga, na época), viagens no tempo, mágica, fantasia. Pouco se falava dos problemas enfrentados pela juventude. Até que em 1972, a CBS produziu a série “The Waltons”, um drama que abordava o cotidiano de uma família americana, do estado da Virgínia, na época da grande depressão. Por que é um marco? Bom, primeiro, porque tratava de assuntos reais, os dramas de uma família. Segundo, porque davam grande ênfase aos problemas da juventude: religião, sexualidade, questões políticas. Earl Hamner, Jr, o criador da série, inovou e entrou para a história da tevê.

A importância da cultura jovem, hoje em dia, é medida através de cifras. Mas, da mesma forma que os pioneiros que citei acima, fizeram história, podemos passar por cima dessa triste realidade e fazer a diferença. Segue abaixo a abertura original da série "The Waltons".

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