Blog da Escola de Referência e Educação Jovens e Adultos Amaury de Medeiros

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31 de janeiro de 2009

EX-ALUNOS DO AMAURY DE MEDEIROS DARÃO AULAS EM UM PRÉ-VESTIBULAR GRATUITO

Recebi essa ótima notícia (via e-mail) do ex-aluno Leonardo Gueiros, aluno de Letras da UFPE. Segundo ele, na primeira semana de fevereiro ( após as festividades do carnaval) , as inscrições podem ser feitas na Lanchonete Raituby, localizada ao lado do CSU da Vila da Imbiribeira. Vale salientar que não serão cobradas mensalidades, as aulas serão ministradas gratuitamente. A confirmação desse projeto é a prova de que o investimento em educação tem retorno rápido e satisfatório. Em tempo: como indica a foto ao lado, as aulas de Geografia serão ministradas por José Carlos, as de Biologia por Antonio Terto e as de Português por Leonardo Gueiros, todos ex-alunos da escola e vinculados à UFPE. São os frutos sendo colhidos!

26 de janeiro de 2009

A DISTÂNCIA ENTRE O SONHO E A REALIDADE

Prof. Edvaldo Cavalcante

Publiquei, no post anterior, o discurso do Barack Obama, na íntegra, e destaquei alguns pontos que achei interessantes. Não faço parte da corrente otimista que se formou a partir da eleição dele, nem acho que ele vai ser pior do que Bush (se é que isso seria possível). Mas, cabem algumas observações. Vi na tv, no dia em que Obama tomou posse, uma reportagem que mostrava no Quênia, parentes dele morando em cabanas feitas de esterco. Percebi, nesse momento, a real distância entre o sonho da mudança e a cruel realidade que teimamos em não enxergar. Não bastassem esses graves problemas que assolam a “periferia” do mundo, tem também a tal da “posição política dos Estados Unidos”. Em linguagem coloquial, podemos dizer que quando você sai pisando em todo mundo cria um ambiente de hostilidade que se voltará contra você a qualquer momento. Eles sentiram isso no fatídico "Onze de Setembro".

A imagem de “Senhor do Mundo” tem que ser mantida a todo custo, essa é a tarefa principal dos presidentes estadunidenses. Não adianta desativar o campo de concentração de Guantanamo e espalhar os torturados para serem vilipendiados em outras tantas masmorras que o Tio Sam tem pelos quatro cantos do mundo.

O sonho dos que acreditam em mudanças começou a se desfazer logo no início do discurso de posse, quando Obama agradeceu a Bush por sua “generosidade e por serviços prestados à nação”. Você diz então: “mas isso é mero protocolo”. Sim, pode até ser, mas quebrar protocolos não seria um ótimo começo para um “salvador da pátria?”.

Os Estados Unidos da América têm uma das sociedades mais racistas do mundo. Entretanto, o racismo por lá é declarado. A eleição de Obama é um ponto positivo na luta contra a intolerância racial e a xenofobia. Não esqueça que ele, além da descendência africana, também vem de uma família muçulmana e tem sobrenome árabe (Hussein). Você, que é brasileiro, pare para pensar um pouco: quantos generais negros você já viu? Quantos escritores negros chegaram à Academia Brasileira de Letras? No fatídico dia do ataque às Torres Gêmeas a grande estrela da cobertura desse episódio, na Rede Globo, foi a ótima jornalista Zileide Silva (que só é lembrada pela gaguejada que deu no Jornal Hoje). Mas tudo não passou de uma coincidência. Ela estava lá quando tudo aconteceu, não foi enviada.

Sei que um negro ocupando o posto de presidente da maior potência do planeta alimenta sonhos de mudanças. Devemos ter esperança, mas sempre com os pés no chão. Termino esse post com uma frase do Brecht que resume tudo que escrevi acima:Triste do povo que precisa de heróis.

20 de janeiro de 2009

LEIA O DISCURSO DE BARACK OBAMA NA ÍNTEGRA

Hoje é uma data histórica e emblemática. Um negro de família muçulmana, Barack Hussein Obama II, assumiu a presidência dos Estados Unidos. Muitos não acreditam que mudanças virão, outros tantos depositam nesse homem muita esperança. Leia abaixo o histórico discurso proferido hoje por ele e deixe sua opinião. Grifei alguns trechos em que Obama abordou temas polêmicos.

Por: Luiz Marcondes

"Meus co-cidadãos: estou aqui na frente de vocês me sentindo humilde pela tarefa que está diante de nós, grato pela confiança que depositaram em mim e ciente dos sacrifícios suportados por nossos ancestrais. Agradeço ao presidente Bush por seu serviço à nação, assim como também pela generosidade e cooperação que ele demonstrou durante esta transição. Quarenta e quatro americanos já fizeram o juramento presidencial. As palavras já foram pronunciadas durante marés crescentes de prosperidade e nas águas tranqüilas da paz. Ainda assim, com muita freqüência o juramento é pronunciado em meio a nuvens que se aproximam e tempestades ferozes. Nesses momentos, a América seguiu em frente não apenas devido à habilidade e visão daqueles em posição de poder, mas porque Nós, o Povo, continuamos fiéis aos ideais de nossos fundadores e aos documentos de nossa fundação. Tem sido assim. E assim deve ser com esta geração de americanos. Que estamos no meio de uma crise agora já se sabe muito bem. Nossa nação está em guerra contra uma extensa rede de ódio e violência. Nossa economia está muito enfraquecida, uma conseqüência da ganância e irresponsabilidade por parte de alguns, mas também de nossa falha coletiva em fazer escolhas difíceis e em preparar a nação para uma nova era. Lares foram perdidos; empregos cortados; empresas fechadas. Nosso sistema de saúde é caro demais; nossas escolas falham demais; e cada dia traz mais provas de que a maneira como utilizamos energia fortalece nossos adversários e ameaça nosso planeta. Esses são os indicadores da crise, sujeitos a dados e estatísticas. Menos mensurável, mas não menos profunda é a erosão da confiança em todo nosso país – um medo persistente de que o declínio da América seja inevitável e de que a próxima geração tenha que baixar suas expectativas. Hoje, eu digo a você que os desafios que enfrentamos são reais. Eles são sérios e são muitos. Eles não serão encarados com facilidade ou num curto período de tempo. Mas saiba disso, América – eles serão encarados. Neste dia, nos reunimos porque escolhemos a esperança no lugar do medo, a unidade de propósito em vez do conflito e da discórdia.

Neste dia, nós viemos proclamar um fim aos conflitos mesquinhos e falsas promessas, às recriminações e dogmas desgastados que por muito tempo estrangularam nossa política. Ainda somos uma nação jovem, mas, nas palavras da Escritura, chegou a época de deixar de lado essas coisas infantis. Chegou a hora de reafirmar nosso espírito de resistência para escolher nossa melhor história; para levar adiante o dom preciso, a nobre idéia passada de geração em geração: a promessa divina de que todos são iguais, todos livres e todos merecem buscar o máximo de felicidade.

Ao reafirmar a grandeza de nossa nação, compreendemos que a grandeza nunca é dada. Ela deve ser conquistada. Nossa jornada nunca foi feita por meio de atalhos ou nos contentando com menos. Não foi um caminho para os de coração fraco – para aqueles que preferem o lazer ao trabalho, ou que buscam apenas os prazeres da riqueza e da fama. Em vez disso, foram aqueles que se arriscam, que fazem, que criam coisas – alguns celebrados mas com muito mais freqüência homens e mulheres obscuros em seu trabalho, que nos levaram ao longo do tortuoso caminho em direção à prosperidade e à liberdade.

Foi por nós que eles empacotaram suas poucas posses materiais e viajaram pelos oceanos em busca de uma nova vida. Foi por nós que eles trabalharam nas fábricas precárias e colonizaram o Oeste; suportaram chicotadas e araram terra dura. Foi por nós que eles lutaram e morreram em lugares como Concord e Gettysburg; Normandia e Khe Sahn. Muitas e muitas vezes esses homens e mulheres se esforçaram e se sacrificaram e trabalharam até que suas mãos ficassem arrebentadas para que nós pudéssemos viver uma vida melhor. Eles viram a América como sendo algo maior do que a soma de nossas ambições individuais; maior do que todas as diferenças de nascimento ou riqueza ou facção.

Esta é uma jornada que continuamos hoje. Nós ainda somos a mais próspera e poderosa nação da Terra. Nossos trabalhadores não são menos produtivos do que quando esta crise começou. Nossas mentes não são menos inventivas, nossos produtos e serviços não são menos necessários do que eram na semana passada ou no mês passado ou no ano passado. Nossa capacidade permanece inalterada. Mas nossa época de proteger patentes, de proteger interesses limitados e de adiar decisões desagradáveis – essa época com certeza já passou. A partir de hoje, temos de nos levantar, sacudir a poeira e começar de novo o trabalho para refazer a América.

Porque, em todo lugar que olhamos, há trabalho a ser feito. O estado da economia pede ação ousada e rápida, e nós iremos agir – não apenas para criar novos empregos, mas para estabelecer uma nova fundação para o crescimento. Iremos construir as estradas e as pontes, as linhas elétricas e digitais que alimentam nosso comércio e nos unem. Iremos restaurar a ciência a seu lugar de direito e utilizaremos as maravilhas tecnológicas para melhorar a qualidade da saúde e diminuir seus custos. Nós iremos utilizar a energia do sol e dos ventos e do solo para impulsionar nossos carros e fábricas. E iremos transformar nossas escolas e faculdades para que eles estejam à altura dos requisitos da nova era. Nós podemos fazer tudo isso. E nós faremos tudo isso.

Agora, existem algumas pessoas que questionam a escala de nossas ambições – que sugerem que nosso sistema não pode tolerar muitos planos grandiosos. A memória dessas pessoas é curta. Porque eles esquecem do que este país já fez; do que homens e mulheres livres pode conquistar quando a imaginação se une por um propósito comum e a necessidade se junta à coragem.

O que os cínicos não compreendem é que o contexto mudou totalmente – que os argumentos políticos arcaicos que nos consumiram por tanto tempo já não se aplicam. A questão que lançamos hoje não é se nosso governo é grande ou pequeno demais, mas se ele funciona – se ele ajuda famílias a encontrar trabalho por um salário justo, seguro-saúde que possam pagar, uma aposentadoria digna. Se a resposta for sim, iremos adiante. Se for não, programas acabarão. E aqueles dentre nós que gerenciam o dólar público serão cobrados – para que gastem de forma inteligente, consertem maus hábitos e façam seus negócios à luz do dia – porque só então conseguirmos restabelecer a confiança vital entre as pessoas e seu governo.

Nem a questão diante de nós é se o mercado é uma força positiva ou negativa. Seu poder para gerar riqueza e expandir a liberdade não tem paralelo, mas esta crise nos lembrou de que, sem um olho vigilante, o mercado pode perder o controle – e a nação não pode mais prosperar quando favorece apenas os prósperos. O sucesso de nossa economia sempre dependeu não apenas do tamanho de nosso Produto Interno Bruto, mas do alcance de nossa prosperidade; em nossa habilidade de estender a oportunidade a todos os corações que estiverem dispostos – não por caridade, mas porque esta é a rota mais certa para o bem comum.

Quanto à nossa defesa comum, nós rejeitamos como falsa a escolha entre nossa segurança e nossos ideais. Os Fundadores de Nossa Nação, que encararam perigos que mal podemos imaginar, esboçaram um documento para assegurar o governo pela lei e os direitos dos homens, expandidos pelo sangue das gerações. Esses ideais ainda iluminam o mundo, e nós não desistiremos deles por conveniência. Assim, para todos os outros povos e governos que estão assistindo hoje, da maior das capitais à pequena vila onde meu pai nasceu: saibam que a América é amiga de cada nação e de todo homem, mulher e criança que procura um futuro de paz e dignidade, e que estamos prontos para liderar mais uma vez.

Lembrem-se de que gerações que nos antecederam enfrentaram o fascismo e o comunismo, não apenas com mísseis e tanques, mas com alianças robustas e convicções duradouras. Eles compreendiam que o poder sozinho não pode nos proteger e nem nos dá o direito de fazer o que quisermos. Em vez disso, eles sabiam que nosso poder cresce pro meio de sua utilização prudente; nossa segurança emana da justiça de nossa causa, da força do nosso exemplo, das qualidades temperantes da humildade e do auto-controle.

Somos os guardiões desse legado. Mais uma vez, guiados por esses princípios, podemos encarar essas novas ameaças, que exigem esforços ainda maiores – ainda mais cooperação e compreensão entre nações. Nós começaremos a deixar o Iraque para seu povo de forma responsável e forjaremos uma paz conquistada arduamente no Afeganistão. Com velhos amigos e ex-inimigos, trabalharemos incansavelmente para diminuir a ameaça nuclear e afastar a ameaça de um planeta cada vez mais quente. Nós não iremos nos desculpar por nosso estilo devido, nem iremos vacilar em sua defesa, e para aqueles que buscam aperfeiçoar sua pontaria induzindo terror e matando inocentes, dizemos a vocês agora que nosso espírito não pode ser quebrado; vocês não podem durar mais do que nós, e nós iremos derrotá-los.

Porque nós sabemos que nossa herança multirracial é uma força, não uma fraqueza. Somos uma nação de cristãos e muçulmanos, judeus e hindus – e de pessoas que não possuem crenças. Nós somos moldados por todas as línguas e culturas, trazidas de todos os confins da terra; e porque já experimentamos o gosto amargo da Guerra Civil e da segregação e emergimos desse capítulo sombrio mais fortes e mais unidos, não podemos evitar de acreditar que os velhos ódios um dia irão passar; que as linhas que dividem tribos em breve irão se dissolver; que, conforme o mundo fica menor, nossa humanidade em comum irá se revelar; e que a América deve desempenhar seu papel nos conduzir a essa nova era de paz.

Para o mundo muçulmano, nós buscamos uma nova forma de evoluir, baseada em interesses e respeito mútuos. Àqueles líderes ao redor do mundo que buscam semear o conflito ou culpar o Ocidente pelos males da sociedade – saibam que seus povos irão julgá-los pelo que podem construir, não pelo que podem destruir. Àqueles que se agarram ao poder pela corrupção, pela falsidade, silenciando os que discordam deles, saibam que vocês estão no lado errado da história; mas nós estenderemos uma mão se estiverem dispostos a abrir seus punhos. Às pessoas das nações pobres, nós juramos trabalhar a seu lado para fazer com que suas fazendas floresçam e para deixar que fluam águas limpas; para nutrir corpos esfomeados e alimentar mentes famintas. E, para aqueles cujas nações, como a nossa, desfrutam de relativa abundância, dizemos que não podemos mais tolerar a indiferença ao sofrimento fora de nossas fronteiras; nem podemos consumir os recursos do mundo sem nos importar com o efeito disso. Porque o mundo mudou, e nós temos de mudar com ele. Enquanto pensamos a respeito da estrada que agora se estende diante de nós, nos lembramos com humilde gratidão dos bravos americanos que, neste exato momento, patrulham desertos longínquos e montanhas distantes. Eles têm algo a nos contar hoje, do mesmo modo que os heróis que tombaram em Arlington sussurram através dos tempos. Nós os honramos não apenas porque são os guardiões de nossa liberdade, mas porque eles personificam o espírito de servir a outros; uma disposição para encontrar um significado em algo maior do que eles mesmos. E ainda assim, neste momento – um momento que irá definir nossa geração – é exatamente esse espírito que deve estar presente em todos nós. Por mais que um governo possa e deva fazer, é em última análise na fé e na determinação do povo americano que esta nação confia. É a bondade de acolher um estranho quando as represas arrebentam, o desprendimento de trabalhadores que preferem diminuir suas horas de trabalho a ver um amigo perder o emprego que nos assistem em nossas horas mais sombrias. É a coragem de um bombeiro para invadir uma escadaria cheia de fumaça, mas também a disposição de um pai para criar uma criança que finalmente decidem nosso destino. Nossos desafios podem ser novos. Os instrumentos com os quais as enfrentamos podem ser novos. Mas os valores dos quais nosso sucesso depende – trabalho árduo e honestidade, coragem e fair play, tolerância e curiosidade, lealdade e patriotismo –, essas cosias são antigas. Essas coisas são verdadeiras. Elas foram a força silenciosa do progresso ao longo de nossa história. O que é exigido então é um retorno a essas verdades. O que é pedido a nós agora é uma nova era de responsabilidade – um reconhecimento por parte de todo americano, de que temos deveres para com nós mesmos, nossa nação e o mundo, deveres que não aceitamos rancorosamente, mas que, pelo contrário, abraçamos com alegria, firmes na certeza de que não há nada tão satisfatório para o espírito e que defina tanto nosso caráter do que dar tudo de nós mesmos numa tarefa difícil. Esse é o preço e a promessa da cidadania. Essa é a fonte de nossa confiança – o conhecimento de que Deus nos convoca para dar forma a um destino incerto. Esse é o significado de nossa liberdade e nosso credo – o motivo pelo qual homens e mulheres e crianças de todas as raças e todas as fés podem se unir em celebração por todo este magnífico local, e também o porquê de um homem cujo pai a menos de 60 anos talvez não fosse servido num restaurante local agora poder estar diante de vocês para fazer o mais sagrado juramento. Por isso, marquemos este dia relembrando quem somos e o quanto já viajamos. No ano do nascimento da América, no mês mais frio, um pequeno grupo de patriotas se reuniu em torno de fogueiras quase apagadas nas margens de um rio gélido. A capital foi abandonada. O inimigo avançava. A neve estava manchada de sangue. No momento em que o resultado de nossa revolução estava mais incerto, o pai de nossa nação ordenou que estas palavras fossem lidas ao povo: “Que seja contado ao mundo futuro... Que no auge de um inverno, quando nada além de esperança e virtude poderiam sobreviver... Que a cidade e o país, alarmados com um perigo em comum, se mobilizaram para enfrentá-lo.

América. Diante de nossos perigos em comum, neste inverno de nossa dificuldades, deixe-me lembrá-los dessas palavras imortais. Com esperança e virtude, vamos enfrentar mais uma vez as correntes gélidas e suportar as tempestades que vierem. Que os filhos de nosso filhos digam que, quando fomos colocados à prova, nós nos recusamos a deixar esta jornada terminar, que nós não demos as costas e nem hesitamos; e com os olhos fixos no horizonte e com a graça de Deus sobre nós, levamos a diante o grande dom da liberdade e o entregamos com segurança às gerações futuras.”

Palavras mais usadas

As duas palavras mais utilizadas foram ‘nação’ e ‘novo ou nova’. ‘Nação’ foi mencionada 13 vezes, mas o número aumenta para 15 se for considerado as duas vezes em que falou ‘nações’. No total, o discurso teve 2.401 palavras. Já ‘novo ou nova’ (no inglês, não há a divisão de masculino ou feminino), foi dito 11 vezes. 'America' foi citada nove vezes.

OS MISTÉRIOS DE CLARICE LISPECTOR

Prof. Edvaldo Cavalcante

Vi, por esses dias, o vídeo (que capturei no maravilhoso You Tube) do programa “30 Anos Incríveis”, especial sobre Clarice Lispector. Nunca havia visto uma imagem dela, o falar, o gestual. Conhecia apenas pelos contos e pelos livros que li. Clarice é cult não só pela forma de escrever. Percebi, no vídeo, que ela cultivava uma personalidade que suscitava essa classificação. Em pouco mais de 30 minutos de entrevista, ela fumou muito e não deu um sorriso. Recusou-se a responder algumas perguntas com a alegação de que as respostas eram segredo. No começo da entrevista me surpreendi com o sotaque dela. Uma espécie de francês misturado com nordestino. Sim, nordestino, ela viveu parte da sua juventude no Recife. O mistério, acerca da forma de falar da grande escritora, foi desvendado pela sua biógrafa, Nádia Batella Gotlib. Segundo ela, não era nenhum sotaque, Clarice tinha a língua presa e nunca quis operar porque tinha pavor de cirurgias, achava que sentiria dor. Conservou o “defeito” que, ao meu ver, lhe conferia um charme ainda maior. Essa não é a única curiosidade envolvendo Clarice Lispector. Ela foi voluntária na Segunda Guerra Mundial servindo com enfermeira na Força Expedicionária Brasileira. O New York Times, em matéria do crítico e tradutor Gregory Rabassa, classificou a escritora como “a Kafka da literatura latino-americana”.

Clarice dizia que vivia várias vidas. Por quê? Ela explica: “quando não estou escrevendo eu estou morta. Agora mesmo eu estou morta. Quando voltar a inspiração e eu voltar a escrever, renascerei”. O amor de Clarice pelo seu ofício, de escritora, pode ser percebido no diálogo, entre ela e o jornalista José Castello, que reproduzo a seguir:

J.C. — Por que você escreve?

C.L. — Vou lhe responder com outra pergunta: — Por que você bebe água?

J.C. — Por que bebo água? Porque tenho sede.

C.L. — Quer dizer que você bebe água para não morrer. Pois eu também: escrevo para me manter viva.

Confesso que li pouco Clarice, apenas dois livros. O primeiro, “Água Viva”, li na década de 80 quando cursava o ensino médio. Não foi uma leitura fácil. A busca pela liberdade e todo aquele jogo de palavras me custaram uma nota baixa em literatura. Depois li “A Hora da Estrela”. Desse livro eu gosto bastante. Acho que Macabéa era a própria Clarice. A construção desse personagem deve-se muito ao tempo em que ela viveu no Recife.

Escrevi há algum tempo que a internet me distanciou um pouco dos livros. Estou tentando sanar esse problema mergulhando no universo (misterioso) de Clarice Lispector. Vou ler “Laços de Família” para renascer. Não se vive sem livros, percebo agora. Segue abaixo, a primeira parte da entrevista que cito no post. Lembrando que o vídeo completo, dividido em cinco partes, está disponível no You Tube. Você pode encontrar também as partes reunidas aqui.

17 de janeiro de 2009

"PRECISA-SE DE MATÉRIA-PRIMA PARA CONSTRUIR UM PAÍS"

A crença geral anterior era que Collor não servia, bem como Itamar e Fernando Henrique. Agora dizemos que Lula não serve. E o que vier depois de Lula também não servirá para nada. Por isso estou começando a suspeitar que o problema não está no ladrão e corrupto que foi Collor, ou na farsa que é o Lula. O problema está em nós. Nós como POVO. Nós como matéria prima de um país.

Porque pertenço a um país onde a "ESPERTEZA" é a moeda que sempre é valorizada, tanto ou mais do que o dólar. Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma família, baseada em valores e respeito aos demais. Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como em outros países, isto é, pondo umas caixas nas calçadas onde se paga por um só jornal E SE TIRA UM SÓ JORNAL, DEIXANDO OS DEMAIS ONDE ESTÃO. Pertenço ao país onde as "EMPRESAS PRIVADAS" são papelarias particulares de seus empregados desonestos, que levam para casa, como se fosse correto, folhas de papel, lápis, canetas, clipes e tudo o que possa ser útil para o trabalho dos filhos ... e para eles mesmos. Pertenço a um país onde a gente se sente o máximo porque conseguiu "puxar" a tevê a cabo do vizinho, onde a gente frauda a declaração de imposto de renda para não pagar ou pagar menos impostos. Pertenço a um país onde a impontualidade é um hábito. Onde os diretores das empresas não valorizam o capital humano. Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e depois reclamam do governo por não limpar os esg otos.

Onde fazemos "gatos" para roubarmos luz e água e nos queixamos de como esses serviços estão caros. Onde não existe a cultura pela leitura (exemplo maior é nosso atual Presidente, que recentemente falou que é "muito chato ter que ler") e não há consciência nem memória política, histórica nem econômica.

Onde nossos congressistas trabalham dois dias por semana para aprovar projetos e leis que só servem para afundar ao que não tem, encher o saco ao que tem pouco e beneficiar só a alguns . Pertenço a um país onde as carteiras de motorista e os certificados médicos podem ser "comprados", sem fazer nenhum exame. Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no ônibus, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não dar o lugar.

Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o pedestre. Um país onde fazemos um monte de coisa errada, mas nos esbaldamos em criticar nossos governantes. Quanto mais analiso os defeitos do Fernando Henrique e do Lula, melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem "molhei" a mão de um guarda de trânsito para não ser multado. Quanto mais digo o quanto o Dirceu é culpado, melhor sou eu como brasileiro, apesar que ainda hoje de manhã passei para trás um cliente através de uma fraude, o que me ajudou a pagar algumas dívidas. Não. Não. Não. Já basta!. Como "Matéria Prima" de um país, temos muitas coisas boas, mas nos falta muito para sermos os homens e mulheres que nosso país precisa. Esses defeitos, essa "ESPERTEZA BRASILEIRA" congênita, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até converter-se em casos de escândalo, essa falta de qualidade humana , mais do que Collor, Itamar, Fernando Henrique ou Lula, é que é real e honestamente ruim, porque todos eles são brasileiros como nós, ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não em outra parte... Me entristeço. Porque, ainda que Lula renunciasse hoje mesmo, o próximo presidente que o suceder terá que continuar trabalhando com a mesma matéria prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos. E não poderá fazer nada... Não tenho nenhuma garantia de que alguém o possa fazer melhor, mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá. Nem serviu Collor, nem serviu Itamar, não serviu Fernando Henrique, e nem serve Lula, nem servirá o que vier.

Qual é a alternativa? Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror? Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa "outra coisa" não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estancados.... igualmente sacaneados!!! É muito gostoso ser brasileiro. Mas quando essa brasilidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação, aí a coisa muda... Não esperemos acender uma vela a todos os Santos, a ver se nos mandam um Messias. Nós temos que mudar, um novo governador com os mesmos brasileiros não poderá fazer nada. Está muito claro...... Somos nós os que temos que mudar. Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda nos acontecendo: desculpamos a mediocridade mediante programas de televisão nefastos e francamente tolerantes com o fracasso. É a indústria da desculpa e da estupidez. Agora, depois desta mensagem, francamente decidi procurar o responsável, não para castigá-lo, senão para exigir-lhe (sim, exigir-lhe) que melhore seu comportamento e que não se faça de surdo, de desentendido... Sim, decidi procurar ao responsável e ESTOU SEGURO QUE O ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO. Aí está. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO EM OUTRO LADO. E você, o que pensa?.... MEDITE!!!!! Nota: esse texto circula na internet como sendo de autoria do escritor João Ubaldo Ribeiro. O escritor nega a autoria com explica a nota que reproduzimos abaixo: "...mais original foi o baiano Ubaldo, vitimado com o texto "Precisa-se de matéria-prima para construir um país", que diz que o problema do Brasil não são seus governantes e, sim, o povo. "Estou lhe mandando o texto abaixo porque está circulando na internet como meu e, antes que você tome um susto ao eventualmente recebê-lo, quero explicar que não tem nada de meu, eu não escreveria esse negócio nunca. Até o detalhe de molhar a mão do guarda é inverídico, porque não tenho carteira e não dirijo mais há uns trinta anos. Mas não posso fazer nada, só posso desmentir a quem me pergunte. E agora você, a quem lhe perguntarem. Abraços chateados de João Ubaldo", encaminhou, para os amigos." ( Livro: Caiu na rede - Autora: Cora Rónai )

13 de janeiro de 2009

SORRIA, VOCÊ ESTÁ SENDO FILMADO

É com muito prazer que anunciamos a instalação do circuito interno de câmaras na nossa escola. Agora, todos os ambientes do Amaury de Medeiros serão monitorados. Isso ajudará na segurança e na preservação do nosso patrimônio. Como todos sabem, o velho casarão é tombado pelo Patrimônio Histórico de Pernambuco. Ótima providência da direção, parabéns!

10 de janeiro de 2009

SONHO DE CRIANÇA: QUERO SER UM ASTRONAUTA - SAIBA O QUE FAZER PARA SEGUIR ESSE CAMNHO

Marcos Pontes, o astronauta brasileiro (Imagem/Reprodução)

Para se tornar um astronauta é preciso muito estudo, trabalho e dedicação assim como fez o Tenente Coronel Aviador Marcos Pontes, primeiro astronauta brasileiro e que em março de 2006 participou da missão espacial Centenário a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS).

A reportagem do iG Educação entrevistou Marcos Pontes para esclarecer todas as dúvidas de quem gostaria de trabalhar nesta área e explica tudo o que é preciso para se tornar um astronauta desde os estudos aos treinamentos e os trabalhos efetivos dessa profissão.

O astronauta

Segundo Pontes, astronauta é uma profissão civil, onde existem dois tipos de profissionais: pilotos e especialistas de missão.

“Os pilotos têm a função de comandar os veículos (espaçonaves) de transporte. Os especialistas de missão (meu caso) têm a função de montagem e manutenção de equipamentos e sistemas no espaço, executar atividades extraveiculares, operar sistemas robóticos e executar experimentos”, disse.

Preparação e formação

A seleção dos profissionais é feita por pontos. Para se tornar um astronauta, o candidato precisa ter curso superior nas áreas de exatas ou biológicas. “Se o candidato tiver pós-graduação conta mais pontos, principalmente se for na área aeroespacial. Se tiver mestrado e doutorado, são mais pontos acumulados”, disse pontes.

“O candidato também acumula mais pontos se tiver experiência de trabalho e/ou pesquisa em projetos aeroespaciais e constar de seu currículo atividades nas áreas operacionais como mergulho, paraquedismo e pilotagem.”

Além disso, o candidato deve ter saúde muito boa, pois terá que passar em todos os exames médicos. Não pode ser ou ter histórico de fumar, drogas, excesso de bebida, ficha criminal etc. Também deverá ser avaliado e aprovado em testes psicológicos rigorosos, além de saber trabalhar em equipe, liderar, expressar-se muito bem em linguagem escrita e falada em pelo menos dois idiomas, incluindo inglês.

Seleção

De acordo com Pontes, a seleção é feita por concurso público divulgado por edital em jornais de todo o país. No Brasil, a Agência Espacial Brasileira (AEB) é a responsável pela seleção, segundo os critérios internacionais acordados.

O Comandante da Expedição, Pavel Vinogradov, o astronauta brasileiro, Marcos Pontes, e o engenheiro de voo, Jeff Williams (Imagem/Nasa)

A seleção é feita em fases eliminatórias: análise de currículo; exame médico; exame psicológico; exame físico; e entrevista técnica em Inglês e na língua natal do candidato.

Formação de astronauta

Depois de selecionado, o candidato tem que passar por curso de formação de duração de dois anos na Agência Espacial Norte-Americana (NASA). Para se tornar um astronauta ele deverá provar ao final desse curso que adquiriu conhecimentos sobre os sistemas do ônibus espacial, todos os sistemas da ISS, todos os procedimentos normais, todos os procedimentos anormais, todos os procedimentos de emergência, todas as fases do voo (simuladores), robótica, geologia, oceanografia, voo em aeronaves de caça, paraquedismo, mergulho, sobrevivências (selva, mar, deserto, gelo, água fria), medicina aeroespacial, equipamento médico de bordo, sistemas de suporte de vida, gravidade zero, entre outros temas do curso.

“Já como astronauta, o profissional fará um treinamento avançado que leva em média seis anos até que ele seja escalado para o primeiro voo espacial. O treinamento específico da missão leva em média um ano da escalação até a decolagem”, explica Pontes. Segundo ele, depois de formado, a possibilidade de o profissional integrar uma missão espacial é de praticamente 100%, mas o tempo para ser escalado pode ser muito longo.

Mercado de trabalho

Depois de formado, o astronauta pode trabalhar como tripulante nas missões espaciais ou mesmo voltar para o país para desenvolver projetos para a Agência Espacial Brasileira, que é quem financia o treinamento nos EUA.

Além disso, muitos desenvolvem carreiras paralelas ou partem para outros desafios. “Muitos se tornam cientistas e pesquisadores, professores universitários, conferencistas, escritores, CEO ou diretores de empresas e até mesmo diretores ou presidentes de agências espaciais. O campo é enorme, visto a formação e experiência longa do profissional astronauta”, afirma Pontes.

Segundo o Tenente Coronel, o salário atual de um astronauta europeu é de US$ 10 mil (aproximadamente R$ 25 mil), semelhante aos EUA. Já no Brasil, o salário inicial de um astronauta é de R$ 7 mil. “Depois de 10 anos de trabalho na área, pode-se esperar uma promoção para cargos administrativos, o que eu acredito que eleva o salário consideravelmente”, disse.

Crescimento do país

Questionado sobre a contribuição que um astronauta pode dar ao seu país, Pontes afirma que são muitas, mas sempre depende do interesse das autoridades e instituições em usar os recursos que eles tem a disposição.

“Um astronauta, assim como um piloto de caça, um artista, um cientista, um engenheiro, é um profissional dedicado e com grande qualificação, pronto para produzir grandes obras e serviços. É um recurso precioso para o país, sem dúvida, conforme demonstrado por muitos exemplos nos países desenvolvidos, onde eles existem há mais tempo. Contudo, é responsabilidade primária das autoridades e instituições o fornecimento de condições, projetos, aplicações e ferramentas para que possamos executar nossas funções de forma útil e eficiente para o país em qualquer tempo”, afirma.

Outras informações sobre as pesquisas espaciais e sobre o astronauta Marcos Pontes podem ser obtidas no site de Pontes.

FONTE: Carlos Ferreira -Ig Educação

7 de janeiro de 2009

FAIXA DE GAZA, O NOVO GUETO DE VARSÓVIA

Prof. Edvaldo Cavalcante

Começamos o ano de 2009 com as tristes notícias chegadas do Oriente Médio. O acirramento da secular rivalidade entre Árabes e Judeus, merece uma reflexão. Antes de tudo, entenda como um país do tamanho do estado de Sergipe, tem um dos exércitos mais poderosos do mundo.

O Estado de Israel foi criado no pós-guerra, depois de uma resolução da ONU. No começo o país se mantinha através de doações que chegavam de judeus dos quatro cantos do planeta. Esse quadro mudou rapidamente. Com fortes investimentos em educação e tecnologia, Israel tranformou-se numa potência tecnológica e bélica. Hoje em dia, o país é um grande produtor de softwares e é detentor da melhor indústria bélica do planeta. O pequeno país de aproximadamente 20.700 Km² alcançou o chamado Primeiro Mundo.

De onde vem a rivalidade? Árabes e Judeus, antes de tudo, têm a diferença religiosa. A rivalidade começa por aí. Na história de Abraão, a Bíblia nos conta que ele, impaciente porque sua mulher Sara não engravidava, serviu-se de uma escrava egípcia e foi pai de Ismael. Entretanto, aos 90 anos, Sara deu a luz ao filho legítimo (é assim que a Bíblia o trata) de Abraão, Isaque. O que isso tem a ver com a guerra? Bom, nos dias de hoje correntes judaicas propagam a diferença entre os dois povos devido a descendência: os judeus descendem do filho legítimo de Abraão, Isaque. Os árabes descendem do filho bastardo, Ismael. Os judeus tiram dessa parca idéia, o sentimento de superioridade.

Quando o Esatdo de Israel foi criado, sua capital era (para a ONU ainda é) Tel Aviv, depois que ocuparam Jerusalém, eles proclamaram a cidade sagrada como “capital de Israel”.

Através da ocupação de territórios palestinos Israel se impôs no Oriente Médio. A Península do Sinai ocupada na grande expansão de 1967, foi devolvida ao Egito, depois que esse país reconheceu a soberania de Israel. Ao longo dos anos a rivalidade foi se acirrando, mas Israel manteve-se sempre numa posição de superioridade.

Houve um momento em que o mundo chegou a acreditar que um acordo de paz seria possível. Em 1993, com a mediação dos Estados Unidos (Bill Clinton), Yasser Arafat, líder da OLP, e Yitzhak Rabin, primeiro-ministro de Israel, firmam em Washington um acordo prevendo a criação de uma Autoridade Nacional Palestina. Mas, grupos extremistas dos dois lados minaram o acordo. Desde então, árabes e judeus vêm escrevendo um dos capítulos mais tristes e violentos da história da humanidade. Atentados, bombardeios e trocas de acusações fazem parte do cotidiano desses dois povos.

O destaque negativo nessa longa história de guerra, sem dúvida, é do líder israelense Ariel Sharon. Um dos criadores do Likud (partido ultranacionalista israelense), ele foi primeiro ministro de Israel entre 2001 e 2006, quando se afastou por ter sofrido um AVC. Shron pôs em prática uma política de não-tolerância aos palestinos, chegando ao absurdo de recriar um vergonhoso ícone da Guerra Fria, o Muro da Segregação. Ele ordenou a construção de uma grande muralha segregando vários assentamentos palestinos. O triste capitulo que estamos assistindo nessa virada de ano, é resultado dessa política ultra direitista que, diga-se de passagem, tem o apoio dos Estados Unidos. Os horrores do Holocausto, que serviram de bandeira de protesto dos israelenses desde o fim da Segunda Guerra, ressurgem agora, inexplicavelmente, tendo como algozes as antigas vítimas.

Nada justifica o terrorismo praticado pelos árabes, assim como o genocídio que vem se configurando a cada ataque israelense. Religião para quê ?

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