Por: Ed Cavalcante - Questionamentos
sobre como deve ser a postura de um professor ou de um pesquisador
sempre emergem em capacitações, palestras e até mesmo no âmbito
da escola. Cada professor segue sua inclinação pedagógica. Muitos,
inclusive, escolhem seu caminho intuitivamente, acredite. O certo é
que, em tempos de supervalorização do tal do “construtivismo”,
a postura tradicional é a mais rejeitada.
Essa
rejeição, entretanto, só se aplica as escolas dos países
subdesenvolvidos. As famosas escolas suíças, que funcionam em
regime de internato, por exemplo, seguem o modelo tradicional e
rígido que vem dando certo há séculos sem grandes questionamentos
dos teóricos. O “construtivismo” do suíço Piaget não serve
para a Suíça. Há quem discorde, claro, mas é isso que eu vejo e
penso.
Mas
não estou aqui para defender o ensino tradicional ou a rigidez da
postura do mestre, não é isso. Aliás, esse breve post nasceu da
leitura que fiz sobre como era a postura do filosofo David Hume (1711
– 1776) quanto a investigação intelectual. Nascido há 300 anos,
na segunda matade do século XVIII, esse contestado filosofo defendia
a igualdade de importância entre a “razão” e o “instinto”.
Enfrentar salas de aulas lotadas com alunos desinteressados e más
condições de trabalho requer, sem dúvida, um malabarismo entre
essas duas instancias do comportamento.
David
Hume dava muita importância ao empirismo, dizia que “o habito é o
grande guia da vida humana”. Como, então, desperdiçar a riqueza
das experiências pessoais em nome da rigidez da razão que, no caso
da escola, pode ser representada pela busca do construtivismo? Parece
contraditório mas em nome de uma pedagogia moderna muitos
professores seguem modelos que não acreditam mas estão na moda.
Algo como não poder nominar uma atividade como “avaliação” e
usar o termo “verificação de aprendizagem” sem que a essência
da atividade tenha mudado. Incompreensível.
Se
a postura do professor reflete a sua prática pedagógica, sou um
professor da vida porque levo para sala as minhas experiências
pessoais e compartilho as dos meus alunos também, é a tal da dialética.
Encerro esse breve post com uma emblemática frase de Hume: “Todas as nossas ideias
ou percepções mais fracas são imitações de nossas mais vivas
impressões ou percepções”.
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