Blog da Escola de Referência e Educação Jovens e Adultos Amaury de Medeiros

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22 de dezembro de 2011

Merry Christmas

Feliz Natal num estilo Rock!


17 de dezembro de 2011

7 de dezembro de 2011

118 anos do nascimento de Amaury de Medeiros


O médico sanitarista Amaury de Medeiros nasceu no Recife, no dia 7 de dezembro de 1893, numa casa situada no bairro de Parnamirim, filho do professor Bianor de Medeiros e de Maria Cândida Góes Loreto de Medeiros, da família do desembargador Góes Cavalcanti.

Foi aluno do Ginásio Pernambucano no curso secundário e bacharelou-se em Medicina pela Faculdade do Rio de Janeiro, sendo o orador da sua turma.

Em 1917, chefiou os serviços clínicos da Cruz Vermelha Brasileira e foi professor de uma cadeira no Curso de Enfermagem da instituição. Um ano depois foi eleito Secretário Geral da entidade e nomeado para o cargo de diretor do seu hospital, quando então teve sob sua responsabilidade enfrentar uma grande epidemia de gripe que assolou o País.

Em 1919, com apenas 26 anos, foi escolhido pelo presidente Epitácio Pessoa para representar o Brasil no Congresso da Cruz Vermelha, em Genebra, na Suíça. Representou também o País no Congresso Pan-Americano de Higiene, na época do governo Arthur Bernardes.

De 1922 a 1926, durante o governo de Sérgio Loreto (de quem era genro), foi nomeado para o cargo de diretor do Departamento de Saúde e Assistência de Pernambuco (DAS).

Sua obra à frente do DSA revolucionou a medicina e a higiene no Estado. Reformou o sistema de atendimento médico no Recife e no interior; remodelou o Hospital Oswaldo Cruz e o Hospital de Doenças Nervosas e Mentais (Hospital da Tamarineira); criou a Inspetoria e o Corpo de Visitadores da Saúde; foi um dos pioneiros nas soluções para o problema dos mocambos do Recife, organizando a Fundação Casa Operária, que construiu as vilas do Arraial, da Torre e deAfogados. Foi um dos primeiros a tratar sobre o exame pré-nupcial e a prevenção das doenças venéreas, criando unidades de atendimento venerológico; criou a Inspetoria de Profilaxia da Tuberculose, anexa ao Serviço de Saneamento Rural; combateu com medidas profiláticas a malária, a febre amarela, a varíola e a peste bubônica, entre outras doenças. Conseguiu, inclusive, que durante os anos de 1924 e 1925 não fosse registrado nenhum caso de peste bubônica no Recife.

Depois de sua gestão na saúde pública de Pernambuco, Amaury de Medeiros foi eleito deputado federal, transferindo-se, definitivamente, para o Rio de Janeiro, em princípios de 1927. Como parlamentar, apresentou um projeto criando o Ministério de Saúde e Assistência.
Escreveu, entre outros, os livros: Um grito de alarma, Cruzada sanitária eAtos de fé. Antes da sua saída do Departamento de Saúde e Assistência de Pernambuco, publicou ainda, um volume de quase 600 páginas, intitulado Saúde e assistência, sobre as realizações da sua administração no órgão.

Morreu no dia 3 de dezembro de 1928, às vésperas de completar 36 anos, vítima de um acidente no Rio de Janeiro, quando, a bordo de um avião, iria prestar uma homenagem a Santos Dumont, jogando flores no convés do navioCap Arcona, que trazia o "Pai da Aviação" de volta ao Brasil. Um amigo seu, o coronel Taumaturgo de Farias, tomado de um mau pressentimento, aconselhou-o a não embarcar. O conselho foi desprezado e Amaury de Medeiros perdeu a vida quando o avião se partiu ao meio e caiu.


Fonte: GASPAR, Lúci. Amaury de Medeiros. Pesquisa Escolar On-Line, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: <http://www.fundaj.gov.br>. Acesso em: dia  mês ano. Ex: 6 ago. 2009.

Postado por: Ed cavalcante

5 de dezembro de 2011

Confirmado planeta extrassolar mais parecido com a Terra


Diagrama da Nasa mostra a órbita do Kepler-22b na zona habitável de sua estrela e a comparação com as órbitas e tamanhos dos planetas internos do Sistema Solar Foto: Nasa

Diagrama da Nasa mostra a órbita do Kepler-22b na zona habitável de sua estrela e a comparação com as órbitas e tamanhos dos planetas internos do Sistema Solar Nasa
RIO – A busca pela “Terra 2” está ficando cada vez mais próxima do fim. A Nasa anunciou nesta segunda-feira que o observatório espacial Kepler teve confirmado o primeiro planeta extrassolar detectado na chamada “zona habitável” de uma estrela parecida com o Sol. Em fevereiro, os cientistas do Kepler informaram que o equipamento, lançado em 2009, já tinha captado sinais de mais de mil objetos candidatos a planeta, que devem ser confirmados por observações independentes subsequentes para terem sua existência aceita.

O novo planeta, batizado Kepler-22b, é o menor já encontrado bem no meio da zona habitável de uma estrela como o Sol. A zona habitável é a região da órbita da estrela onde um planeta não está nem longe demais nem perto demais de forma que sua temperatura permita a existência de água líquida na sua superfície, condição considerada essencial para o desenvolvimento da vida. As observações indicam que o Kepler-22b tem cerca de 2,4 vezes o raio da Terra, mas os astrônomos ainda não sabem se ele é predominantemente rochoso, como o nosso planeta, líquido ou gasoso.

- Este é um importante marco no caminho para encontrar um planeta gêmeo da Terra – diz Douglas Hudgins, cientista da missão Kepler na sede na Nasa em Washington. - Os resultados do Kepler continuam a mostrar a importância das missões científicas da Nasa, que visam responder algumas das maiores questões sobre nosso lugar no Universo.


O Kepler encontra os candidatos a planeta medindo as ínfimas reduções que eles causam no brilho de suas estrelas em seus trânsitos, isto é, quando passam entre elas e a Terra. Isso gera uma série de dificuldades. A primeira é que, para que isso aconteça, é preciso que o plano da órbita dos planetas esteja alinhado com o do observatório. E a medição da variação do brilho da estrela tem que ter alta precisão. Para se ter ideia do quanto isso é difícil, os trânsitos da Terra provocariam redução de menos de 0,001% no brilho do Sol para um observador de fora do Sistema Solar. Por último, são necessários pelo menos três trânsitos para que os dados sejam suficientes para que a presença do planeta possa ser inferida.

- A sorte sorriu para nós na detecção deste planeta – diz William Borucki, principal cientista da missão Kepler no Centro de Pesquisas Ames da Nasa e líder da equipe que descobriu o Kepler-22b. - O primeiro trânsito foi captado apenas três dias depois que declaramos o observatório operacional e testemunhamos o terceiro e definidor trânsito nas festas de 2010.

O Kepler-22b está localizado a 600 anos-luz da Terra. Apesar de ser um pouco maior que nosso planeta, sua órbita de 290 dias em torno da sua estrela é muito parecida com a do nosso mundo. Além disso, a estrela do sistema onde ele está é da mesma classe que o Sol, conhecida como tipo G, embora um pouco menor e mais fria. Dos 54 candidatos a planeta na zona habitável de suas estrelas anunciados em fevereiro, ele é o primeiro a ser confirmado.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/ciencia/confirmado-planeta-extrassolar-mais-parecido-com-terra-3386059#ixzz1fiDjluaw
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Fonte: O Globo Online

3 de dezembro de 2011

83 anos da morte de Amaury de Medeiros

O médico sanitarista Amaury de Medeiros, patrono da nossa escola, morreu no dia 3 de dezembro de 1928, às vésperas de completar 36 anos, vítima de um acidente no Rio de Janeiro, quando, a bordo de um avião, iria prestar uma homenagem a Santos Dumont, jogando flores no convés do navio Cap Arcona, que trazia o "Pai da Aviação" de volta ao Brasil. Um amigo seu, o coronel Taumaturgo de Farias, tomado de um mau pressentimento, aconselhou-o a não embarcar. O conselho foi desprezado e Amaury de Medeiros perdeu a vida quando o avião se partiu ao meio e caiu. 
 
Postado por: Ed Cavalcante

17 de novembro de 2011

Música da Boa

Música da boa!


Antes dele se converter ao islamismo

14 de novembro de 2011

A dura vida dos ateus em um Brasil cada vez mais evangélico


O diálogo aconteceu entre uma jornalista e um taxista na última sexta-feira. Ela entrou no táxi do ponto do Shopping Villa Lobos, em São Paulo, por volta das 19h30. Como estava escuro demais para ler o jornal, como ela sempre faz, puxou conversa com o motorista de táxi, como ela nunca faz. Falaram do trânsito (inevitável em São Paulo) que, naquela sexta-feira chuvosa e às vésperas de um feriadão, contra todos os prognósticos, estava bom. Depois, outro taxista emparelhou o carro na Pedroso de Moraes para pedir um “Bom Ar” emprestado ao colega, porque tinha carregado um passageiro “com cheiro de jaula”. Continuaram, e ela comentou que trabalharia no feriado. Ele perguntou o que ela fazia. “Sou jornalista”, ela disse. E ele: “Eu quero muito melhorar o meu português. Estudei, mas escrevo tudo errado”. Ele era jovem, menos de 30 anos. “O melhor jeito de melhorar o português é lendo”, ela sugeriu. “Eu estou lendo mais agora, já li quatro livros neste ano. Para quem não lia nada...”, ele contou. “O importante é ler o que você gosta”, ela estimulou. “O que eu quero agora é ler a Bíblia”. Foi neste ponto que o diálogo conquistou o direito a seguir com travessões.

 - Você é evangélico? – ela perguntou.
 - Sou! – ele respondeu, animado.
 - De que igreja?
 - Tenho ido na Novidade de Vida. Mas já fui na Bola de Neve.
- Da Novidade de Vida eu nunca tinha ouvido falar, mas já li matérias sobre a Bola de Neve. É bacana a Novidade de Vida?
- Tou gostando muito. A Bola de Neve também é bem legal. De vez em quando eu vou lá.
- Legal.
- De que religião você é?
- Eu não tenho religião. Sou ateia.
- Deus me livre! Vai lá na Bola de Neve.
- Não, eu não sou religiosa. Sou ateia.
- Deus me livre!
- Engraçado isso. Eu respeito a sua escolha, mas você não respeita a minha.
- (riso nervoso).
- Eu sou uma pessoa decente, honesta, trato as pessoas com respeito, trabalho duro e tento fazer a minha parte para o mundo ser um lugar melhor. Por que eu seria pior por não ter uma fé?
- Por que as boas ações não salvam.
- Não?
- Só Jesus salva. Se você não aceitar Jesus, não será salva.
- Mas eu não quero ser salva.
- Deus me livre!
- Eu não acredito em salvação. Acredito em viver cada dia da melhor forma possível.
- Acho que você é espírita.
- Não, já disse a você. Sou ateia.
- É que Jesus não te pegou ainda. Mas ele vai pegar.
- Olha, sinceramente, acho difícil que Jesus vá me pegar. Mas sabe o que eu acho curioso? Que eu não queira tirar a sua fé, mas você queira tirar a minha não fé. Eu não acho que você seja pior do que eu por ser evangélico, mas você parece achar que é melhor do que eu porque é evangélico. Não era Jesus que pregava a tolerância?
- É, talvez seja melhor a gente mudar de assunto...

O taxista estava confuso. A passageira era ateia, mas parecia do bem. Era tranquila, doce e divertida. Mas ele fora doutrinado para acreditar que um ateu é uma espécie de Satanás. Como resolver esse impasse? (Talvez ele tenha lembrado, naquele momento, que o pastor avisara que o diabo assumia formas muito sedutoras para roubar a alma dos crentes. Mas, como não dá para ler pensamentos, só é possível afirmar que o taxista parecia viver um embate interno: ele não conseguia se convencer de que a mulher que agora falava sobre o cartão do banco que tinha perdido era a personificação do mal.)
Chegaram ao destino depois de mais algumas conversas corriqueiras. Ao se despedir, ela agradeceu a corrida e desejou a ele um bom fim de semana e uma boa noite. Ele retribuiu. E então, não conseguiu conter-se:

- Veja se aparece lá na igreja! – gritou, quando ela abria a porta.
- Veja se vira ateu! – ela retribuiu, bem humorada, antes de fechá-la.
Ainda deu tempo de ouvir uma risada nervosa. 

A parábola do taxista me faz pensar em como a vida dos ateus poderá ser dura num Brasil cada vez mais evangélico – ou cada vez mais neopentecostal, já que é esta a característica das igrejas evangélicas que mais crescem. O catolicismo – no mundo contemporâneo, bem sublinhado – mantém uma relação de tolerância com o ateísmo. Por várias razões. Entre elas, a de que é possível ser católico – e não praticante. O fato de você não frequentar a igreja nem pagar o dízimo não chama maior atenção no Brasil católico nem condena ninguém ao inferno. Outra razão importante é que o catolicismo está disseminado na cultura, entrelaçado a uma forma de ver o mundo que influencia inclusive os ateus. Ser ateu num país de maioria católica nunca ameaçou a convivência entre os vizinhos. Ou entre taxistas e passageiros.

Já com os evangélicos neopentecostais, caso das inúmeras igrejas que se multiplicam com nomes cada vez mais imaginativos pelas esquinas das grandes e das pequenas cidades, pelos sertões e pela floresta amazônica, o caso é diferente. E não faço aqui nenhum juízo de valor sobre a fé católica ou a dos neopentecostais. Cada um tem o direito de professar a fé que quiser – assim como a sua não fé. Meu interesse é tentar compreender como essa porção cada vez mais numerosa do país está mudando o modo de ver o mundo e o modo de se relacionar com a cultura. Está mudando a forma de ser brasileiro.

Por que os ateus são uma ameaça às novas denominações evangélicas? Porque as neopentecostais – e não falo aqui nenhuma novidade – são constituídas no modo capitalista. Regidas, portanto, pelas leis de mercado. Por isso, nessas novas igrejas, não há como ser um evangélico não praticante. É possível, como o taxista exemplifica muito bem, pular de uma para outra, como um consumidor diante de vitrines que tentam seduzi-lo a entrar na loja pelo brilho de suas ofertas. Essa dificuldade de “fidelizar um fiel”, ao gerir a igreja como um modelo de negócio, obriga as neopentecostais a uma disputa de mercado cada vez mais agressiva e também a buscar fatias ainda inexploradas. É preciso que os fiéis estejam dentro das igrejas – e elas estão sempre de portas abertas – para consumir um dos muitos produtos milagrosos ou para serem consumidos por doações em dinheiro ou em espécie. O templo é um shopping da fé, com as vantagens e as desvantagens que isso implica.

É também por essa razão que a Igreja Católica, que em períodos de sua longa história atraiu fiéis com ossos de santos e passes para o céu, vive hoje o dilema de ser ameaçada pela vulgaridade das relações capitalistas numa fé de mercado. Dilema que procura resolver de uma maneira bastante inteligente, ao manter a salvo a tradição que tem lhe garantido poder e influência há dois mil anos, mas ao mesmo tempo estimular sua versão de mercado, encarnada pelos carismáticos. Como uma espécie de vanguarda, que contém o avanço das tropas “inimigas” lá na frente sem comprometer a integridade do exército que se mantém mais atrás, padres pop star como Marcelo Rossi e movimentos como a Canção Nova têm sido estratégicos para reduzir a sangria de fiéis para as neopentecostais. Não fosse esse tipo de abordagem mais agressiva e possivelmente já existiria uma porção ainda maior de evangélicos no país.

Tudo indica que a parábola do taxista se tornará cada vez mais frequente nas ruas do Brasil – em novas e ferozes versões. Afinal, não há nada mais ameaçador para o mercado do que quem está fora do mercado por convicção. E quem está fora do mercado da fé? Os ateus. É possível convencer um católico, um espírita ou um umbandista a mudar de religião. Mas é bem mais difícil – quando não impossível – converter um ateu. Para quem não acredita na existência de Deus, qualquer produto religioso, seja ele material, como um travesseiro que cura doenças, ou subjetivo, como o conforto da vida eterna, não tem qualquer apelo. Seria como vender gelo para um esquimó.

Tenho muitos amigos ateus. E eles me contam que têm evitado se apresentar dessa maneira porque a reação é cada vez mais hostil. Por enquanto, a reação é como a do taxista: “Deus me livre!”. Mas percebem que o cerco se aperta e, a qualquer momento, temem que alguém possa empunhar um punhado de dentes de alho diante deles ou iniciar um exorcismo ali mesmo, no sinal fechado ou na padaria da esquina. Acuados, têm preferido declarar-se “agnósticos”. Com sorte, parte dos crentes pode ficar em dúvida e pensar que é alguma igreja nova.

Já conhecia a “Bola de Neve” (ou “Bola de Neve Church, para os íntimos”, como diz o seu site), mas nunca tinha ouvido falar da “Novidade de Vida”. Busquei o site da igreja na internet. Na página de abertura, me deparei com uma preleção intitulada: “O perigo da tolerância”. O texto fala sobre as famílias, afirma que Deus não é tolerante e incita os fiéis a não tolerar o que não venha de Deus. Tolerar “coisas erradas” é o mesmo que “criar demônios de estimação”. Entre as muitas frases exemplares, uma se destaca: “Hoje em dia, o mal da sociedade tem sido a Tolerância (em negrito e em maiúscula)”. Deus me livre!, um ateu talvez tenha vontade de dizer. Mas nem esse conforto lhe resta.

Ainda que o crescimento evangélico no Brasil venha sendo investigado tanto pela academia como pelo jornalismo, é pouco para a profundidade das mudanças que tem trazido à vida cotidiana do país. As transformações no modo de ser brasileiro talvez sejam maiores do que possa parecer à primeira vista. Talvez estejam alterando o “homem cordial” – não no sentido estrito conferido por Sérgio Buarque de Holanda, mas no sentido atribuído pelo senso comum.
Me arriscaria a dizer que a liberdade de credo – e, portanto, também de não credo – determinada pela Constituição está sendo solapada na prática do dia a dia. Não deixa de ser curioso que, no século XXI, ser ateu volte a ter um conteúdo revolucionário. Mas, depois que Sarah Sheeva, uma das filhas de Pepeu Gomes e Baby do Brasil, passou a pastorear mulheres virgens – ou com vontade de voltar a ser – em busca de príncipes encantados, na “Igreja Celular Internacional”, nada mais me surpreende.

Se Deus existe, que nos livre de sermos obrigados a acreditar nele. 

Fonte: http://revistaepoca.globo.com/

(Eliane Brum escreve às segundas-feiras)
ELIANE BRUM Jornalista, escritora e
documentarista. Ganhou mais
de 40 prêmios nacionais e
internacionais de reportagem.
É autora de um romance -
Uma Duas (LeYa) - e de três
livros de reportagem: Coluna
Prestes – O Avesso da Lenda
(Artes e Ofícios), A Vida Que
Ninguém Vê (Arquipélago
Editorial, Prêmio Jabuti 2007)
e O Olho da Rua (Globo).
E codiretora de dois
documentários: Uma História
Severina e Gretchen Filme
Estrada.
elianebrum@uol.com.br
@brumelianebrum 

12 de novembro de 2011

Feira de Matemática

Essa foi a nossa Feira, que ocorreu em 11/11/11!

Parabéns às professoras Socorro e Ana Carla pela realização deste evento!

Parabéns aos alunos, que foram verdadeiros protagonistas nesta feira!

 



7 de novembro de 2011

144 anos de Marie Currie

Marie Curie, nome assumido após o casamento por Maria Skłodowska, (Varsóvia, 7 de Novembro de 1867 — Sallanches, 4 de Julho de 1934) foi uma cientista polonesa que exerceu a sua actividade profissional na França. Foi a primeira pessoa a ser laureada duas vezes[1] com um Prémio Nobel, de Física, em 1903 (dividido com seu marido, Pierre Curie, e Becquerel) pelas suas descobertas no campo da radioatividade (que naquela altura era ainda um fenómeno pouco conhecido) e com o Nobel de Química de 1911 pela descoberta dos elementos químicos rádio e polônio.

Fonte: Wikipedia

Pré-matrícula (para novatos) da rede estadual de ensino começa nesta terça

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O secretário de Educação, Anderson Gomes, detalhou, em coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira (7), as inscrições para novatos na rede estadual de ensino
Foto: Vanessa Silva/NE10 
 
 
Inicia-se nesta terça-feira (8) a pré-matrícula de alunos novatos candidatos a vagas na rede estadual de ensino de Pernambuco para o ano letivo de 2012. As inscrições podem ser efetuadas no site da Secretaria de Educação do Estado (www.educacao.pe.gov.br) até 29 de novembro. Os estudantes da rede já têm matrícula garantida e não precisam fazer reserva.




Durante esse período, somente os estudantes da capital pernambucana e da Região Metropolitana do Recife (RMR) - exceto os municípios de Itamaracá, Itapssuma, Araçoiaba, Ipojuca e Moreno - poderão fazer a reserva pela internet. No restante das escolas, incluindo o interior do Estado e as cidades citadas anteriormente, as inscrições terão início no dia 4 de dezembro e seguem até o dia 23. Quem não reservou a vaga pela internet deve utilizar o período para efetuar o cadastro via Central de Atendimento, que atende pelo telefone: 0800.286.0086.

Fonte:  NE10 ATUALIZADA ÀS 13H06

6 de novembro de 2011

5 de novembro de 2011

Senai abre inscrições para cursos técnicos



REQUISITOS PARA INSCRIÇÃO:

4.1 Idade: De 16 (dezesseis) anos a 22 (vinte e dois) anos e zero mês no ato da matrícula.


4.2 Em virtude da modalidade de realização do Curso Técnico ser concomitante ao Ensino Médio estarão
habilitados à inscrição neste processo seletivo aqueles que estejam matriculados no 2º ou 3º anos do
Ensino Médio em 2012. Ficando a matrícula, na época prevista no calendário deste edital, Anexo II,
condicionada à apresentação, pelo candidato, do documento comprobatório de conclusão do Ensino
Fundamental e também a declaração de matrícula no 2º ou 3º anos do Ensino Médio em 2012. O candidato
que não apresentar esses documentos no ato da matrícula será eliminado do processo, não sendo a sua
participação considerada para efeito algum.
Não serão admitidos, em hipótese alguma, alunos que já tenham concluído em alguma ocasião o Ensino
Médio e que se matriculem novamente nesta modalidade de Ensino.


4.3 Em caso de equivalência de estudos no exterior, esta deverá ser expressamente reconhecida pelo
Conselho Estadual de Educação.
O candidato que não apresentar esse documento no ato da matrícula será eliminado do processo.


4.4 A permanência do aluno no curso técnico ficará condicionada à comprovação de frequência às aulas do
Ensino Médio.


4.5 A inscrição será realizada via internet no endereço eletrônico www.upenet.com.br das 8h00 do dia
03/11/2011 até às 23h59min do dia 27/11/2011.


4.6 O candidato poderá também efetuar a inscrição via internet na época prevista no calendário - Anexo II
deste edital, nos pontos de atendimento descritos no Anexo I – deste edital, no horário das 08h00 às
11h30 e das 14h00 às 17h00, no período de 14/11/2011 a 25/11/2011, nos dias úteis, onde estarão
disponibilizados equipamentos e agentes para fornecer as informações necessárias. Opcionalmente, o
candidato poderá adquirir cópia impressa deste Edital, mediante pagamento da taxa de serviço no valor de
R$ 3,50 (três reais e cinqüenta centavos), a ser recolhida na secretaria da escola.


4.7 O valor da taxa de inscrição está fixado em R$ 20,00 (vinte reais).


4.8 O candidato deverá efetuar pagamento da taxa de inscrição em qualquer Casa Lotérica conveniada à
Caixa Econômica Federal, após a emissão de documento próprio de arrecadação (boleto bancário)
disponível no endereço eletrônico www.upenet.com.br e nos pontos de atendimento.


4.9 O pagamento da inscrição por meio de documento de arrecadação (boleto bancário), emitido em
27/11/2011, último dia do período da inscrição, deverá ser efetuado, impreterivelmente, até o dia
28/11/2011, sob pena da inscrição não ser validada.


Clique aqui e acesse a página oficial de inscrição e o edital competo.

19 de outubro de 2011

Ciência sem complexos: as curiosidades dos antigos descobridores

Os anais da ciência estão repletos de teorias que mudaram a humanidade. Mas, apesar de na lembrança permanecerem as conquistas, mentes iluminadas como Isaac Newton, Arquimedes e Aristóteles também tiveram ideias estapafúrdias e fracassos espinhosos, que pouco são comentados nas salas de aula.

Arquimedes andou nu pelas ruas de Siracusa gritando "Eureca!". Plínio, o Velho, dedicou sua vida à ciência até que esta acabou com ele. Isaac Newton foi pego em flagrante observando atentamente um ovo enquanto cozinhava no fogo seu relógio.

Os cientistas e seus “loucos experimentos” inspiraram o escritor americano Ian Crofton, a publicar recentemente o livro ‘History Without Boring Bits: A Curious Chronology of the World” (“A História sem Suas Partes Chatas: Uma Cronologia Curiosa do Mundo”, em tradução livre), com o objetivo de "passear ociosamente pelos caminhos longínquos e pouco transitados da história da ciência", segundo sua introdução.

O “Eureca!” original Arquimedes é conhecido por ter resolvido o problema de determinar a densidade de um objeto de forma irregular. Hieron II, rei de Siracusa, tinha pedido ao físico que comprovasse se sua nova coroa era realmente de ouro sólido.

Arquimedes deu muitas voltas ao assunto e não lhe vinha à cabeça nenhuma ideia até que, farto de pensar sem resultados, entrou em uma banheira para um banho quente e, de repente, notou que o nível de água subia à medida que ele mergulhava.

Assim se deu conta de que podia medir a densidade de qualquer objeto submerso dividindo sua massa por seu volume. Saiu da água e correu nu pelas ruas de Siracusa gritando “Eureca!”, que em grego clássico significa “Descobri!”.

Além disso, Arquimedes foi um homem-chave durante o assédio de Siracusa porque projetou duas armas que foram usadas contra os navios romanos que atacavam a cidade.

Na mesma época, o cientista e filósofo grego Teofrasto escreveu que o som de uma flauta curava a epilepsia e a dor isquiática. Até que a morte os separe

O poeta romano Marcial achava que os pombos entorpeciam a libido. (Foto: EFE/Sebastian Konopka) Conhecido como Plínio, o Velho, Caio Plinio, autor de “História Natural”, foi um dos cientistas mais importantes do mundo antigo. Este completo e curioso personagem propôs teorias tão descabeladas como que a melhor cura para os piolhos era se banhar em caldo de víboras.

Sua ambição pelo conhecimento o levou a protagonizar uma morte trágica quando o Vesúvio entrou em erupção no ano 79 d.C. e ele ordenou que um navio o levasse até Pompeia, atravessando a chuva constante de cinza quente e de pedras-pomes que caíam por causa da erupção.

Plinio foi rodeado por densas nuvens que o impediram de se levantar. O cientista obrigou seus acompanhantes a o abandonarem e seu corpo foi achado dois dias depois sem sinal algum, já que uma doença cardíaca o matou antes que o gás e o pó de rocha o intoxicassem.

Dez anos depois, o poeta romano Marcial se serviu dos animais para suas teorias e, em seus “Epigramas” declarou que os pombos freiam e entropecem os poderes varonis e que por isso era melhor não comê-los se alguém quisesse ser um grande “amante”.

As cabeleireiras romanas, por outro lado, utilizavam este animal, ou melhor seus excrementos, misturados com cinza, para desbotar o cabelo de suas clientes.

A gravidade de ser o cúmulo da distração Sir Isaac Newton foi um físico e matemático inglês do final do século XVII e começo do XVIII que deixou sua marca na história quando descobriu a lei da Gravidade ao ver uma maçã cair em seu jardim.

Mas apesar de uma vida dedicada à ciência ele se ocupou de outras coisas, e também predisse que o mundo acabaria em 2060, tomando para isso como base o que achava que eram mensagens secretas na Bíblia.

Newton era distraído em sua vida pessoal. Conta o poeta Thomas Moore que, uma vez, sua empregada entrou na cozinha e o encontrou na frente do fogareiro, contemplando pensativamente um ovo, que estava em suas mãos, enquanto seu relógio estava dentro do tacho de água, fervendo.

Estes são apenas alguns exemplos, mas a história da ciência é repleta de curiosidades e experiências extravagantes, como quando Santório de Pádua, durante os primeiros anos da revolução científica, pesava meticulosamente seus próprios excrementos, ou como quando Richard Lower fez transfusão do sangue de uma cabra para um homem.

Apesar disso, graças a estes aventureiros curiosos, elementos foram descobertos, doenças foram curadas e até a viagem ao espaço se tornou possível.

Postado por Tia Jana
Retirado de Yahoo! Notícias

16 de outubro de 2011

III MOSTRA DE EXPERIÊNCIAS BEM SUCEDIDAS: UM TRABALHO DO AMAURY DE MEDEIROS ESTÁ ENTRE OS SELECIONADOS.


CLIQUE NA IMAGEM PARA AMPLIAR
A Secretaria de Educação (SE), por meio da Secretaria Executiva de Desenvolvimento da Educação (SEDE), divulga o resultado dos trabalhos selecionados para participar da III Mostra de Experiências Pedagógicas Bem Sucedidas nas Escolas Públicas de Pernambuco. O evento, que acontece no próximo dia 08 de novembro, no Centro de Convenções, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), reunirá centenas de estudantes da rede estadual de ensino.
Os trabalhos foram selecionados, inicialmente, pelas Gerências Regionais de Educação (GRE´s) e, posteriormente, submetidos a uma comissão científica criada por profissionais escolhidos pela SE.

Dentre os 85 trabalhos selecionados está o da nossa escola, "Inventos e Invenções: Uma Oficina Para as Escolas", na categoria "Comunicação Oral". 

10 de outubro de 2011

15 anos sem Renato...

15 anos amanhã sem Renato Russo...
Sei que, musicalmente, não é a melhor coisa do mundo, mas o que se sabe aos 11 anos?
Continuo gostanto, acho que por uma questão de memória afetiva.
Aí vai uma playlist pra quem não conhece. E pra quem conhece, é só curtir!











Por: Tia Jana

24 de setembro de 2011

Revista Veja e Anglo Vestibulares realizarão simulado do ENEM - Inscreva-se, é de graça!

 

Inscrição

É hora de testar seus conhecimentos para o Enem 2011. E de graça!
No dia 8 de outubro, VEJA realiza em parceria com o Anglo Vestibulares o primeiro simulado on-line do Enem. A prova reproduzirá, via internet, as condições do exame, como duração, número de questões e áreas de abrangência (ciências humanas, ciências da natureza, matemática e linguagens). Nesta edição, não haverá redação. O gabarito do exame e os resultados dos participantes serão divulgados no site de VEJA.
As inscrições, em número limitado, são gratuitas e estão abertas até o dia 2 de outubro.
Para participar, leia o regulamento e clique no botão de inscrição abaixo.



Importante: o processo de inscrição é composto por duas etapas obrigatórias. Para garantir seu lugar no simulado, siga as orientações e não deixe de realizar as etapas.

Boa prova!

 
» Regulamento

Fonte: Veja Online

23 de setembro de 2011

Arqueólogos descobrem evidências de gigantesco estaleiro do Império Romano

Estrutura tem 145 metros de comprimento e 60 de largura, com área maior que um campo de futebol. Se confirmada, será o maior estaleiro do tipo já descoberto no Mediterrâneo

Imagens geradas por computador do candidato a estaleiro encontrado pelos arqueólogos
Imagens geradas por computador do candidato a estaleiro encontrado pelos arqueólogos (Portus Project)
Uma equipe internacional de arqueólogos da Universidade de Southampton e da Escola Britânica em Roma (ambas da Inglaterra) encontrou o que pode ser o maior estaleiro de navios do Império Romano. A descoberta da gigantesca estrutura foi feita próxima ao ancoradouro natural da antiga cidade romana de Porto, ao sul de Roma. Os arqueólogos ainda precisam encontrar outras evidências, como as rampas utilizadas para jogar os navios construídos no mar, para confirmar que a estrutura realmente é um estaleiro.

O prédio encontrado data do século II e possuía 145 metros de comprimento, 60 de largura, uma área maior que um campo de futebol. Em alguns lugares, a construção tem um pé-direito de 15 metros, três vezes a altura de um ônibus de dois andares. Partes de grossos pilares de tijolo ainda estão visíveis, dispostos de modo a dar suporte para oito compartimentos cobertos com telhados de madeira.

Já se sabia que a antiga cidade de Porto era uma rota crucial ligando Roma a outros pontos do Mediterrâneo durante o Império Romano. A mesma equipe que encontrou o candidato a estaleiro investiga a cidade há vários anos, mas nunca havia encontrado uma estrutura que se parecesse com um estaleiro.
Confira imagens geradas por computador da cidade antiga de Porto:


Inicialmente, os arqueólogos pensaram que o prédio era usado como um armazém, mas a escavação mais recente mostrou que a estrutura pode ter sido utilizada para a manutenção de navios. Poucos estaleiros do Império Romano já foram descobertos, e se os cientistas conseguirem provar que o lugar realmente era usado para a construção de navios, esse será o maior do tipo na Itália ou no Mediterrâneo.

Com a ajuda de computadores, os arqueólogos conseguiram fazer uma maquete virtual do prédio. "Trata-se de uma vasta estrutura que poderia facilmente abrigar madeira ou outros suprimentos e certamente tem tamanho suficiente para condicionar a construção ou armazenamento de navios", disse Professor Keay, líder da equipe de arqueólogos da Escola Britânica de Roma. "A escala, posição e natureza única do prédio levam a crer que ele teve um papel fundamental nas atividades de construção de navios".

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Porto, a cidade portuária do Império Romano
Porto foi uma cidade-porto na região de Lázio, Itália, ao sul de Roma. Foi construída por ordem do imperador Cláudio no ano 42 d.C. na margem direita da foz do rio Tibre. A ideia era substituir o principal porto fluvial do império, Ostia, situado na margem esquerda do Tibre, em frente a Porto. O ancoradouro original ficou praticamente inutilizado para barcos de grande porte devido a acumulação de detritos depositados ao longo do tempo na foz do Tibre. Por isso, foi construído um novo complexo portuário para assegurar os negócios de Roma.
Evidências — Em 2009, os cientistas encontraram uma espécie de Palácio Imperial ao lado de um anfiteatro. Os pesquisadores acreditam que os prédios formavam um complexo de onde oficiais do império coordenavam o movimento dos navios e das cargas dentro do porto. O estaleiro seria parte integral da estrutura.

Outra pista foi encontrada em inscrições na cidade de Porto. As marcas registram a existência de uma corporação de construtores de navios na cidade. Além disso, um mosaico encontrado em uma antiga mansão na saída a sudeste de Roma, e que agora está no Museu do Vaticano, mostra a fachada de um prédio similar ao encontrado pelos pesquisadores, claramente exibindo um navio em cada um dos oito compartimentos.

Contudo, os arqueólogos reforçam que precisam encontrar mais provas de que o prédio era realmente um lugar onde acontecia a construção de navios durante o império romano. Os pesquisadores ainda não descobriram rampas que teriam sido usadas para jogar os navios no mar. "Elas podem estar em camadas mais profundas do solo", disse Keay. "Se encontrarmos essas rampas, não teremos mais dúvidas, mas pode ser que elas não existam mais".

11 de setembro de 2011

Você acha que as escolas particulares brasileiras são boas?

Os pais com filhos em escolas privadas precisam saber que não é possível criar uma ilha da fantasia que produz prêmios Nobel em meio a um sistema público esfacelado

Miguel Candia/Veja
A privatização não é panaceia: No Chile, a competição se deu na seleção dos melhores alunos, o que não eleva o nível do ensino em geral
A privatização não é panaceia: No Chile, a competição se deu na seleção dos melhores alunos, o que não eleva o nível do ensino em geral Eu tive o privilégio de estudar em boas escolas particulares. Só quando fui cursar uma universidade de ponta nos Estados Unidos é que entendi quão deficiente minha escolaridade havia sido. 

Meus colegas indianos haviam lido Shakespeare e Dante para a escola. Na minha, lemos Lima Barreto e Adolfo Caminha. Os chineses e os russos tinham uma intimidade com a matemática que lhes permitia visualizar a relação entre equações e as formas espaciais que elas descreviam. Para mim, matemática era só pegar lápis, papel e resolver um problema. Os dados estatísticos mostram que as deficiências da minha escola são compartilhadas por milhões de alunos de todo o país. 

No Enem de 2008 (inacreditavelmente, o último ano disponível), as escolas privadas atingiram a média de 56 pontos, em uma escala que vai até 100. Ou seja, mesmo nessas escolas os alunos dominam pouco mais da metade das habilidades que deveriam. Se olhamos para o Pisa, o teste internacional de educação mais respeitado do mundo, que mede o aprendizado de jovens de 15 anos, os problemas são parecidos. O desempenho em leitura dos 25% dos alunos brasileiros mais ricos é inferior ao desempenho do aluno médio dos países desenvolvidos e é também inferior ao dos 25% mais pobres de lugares como Coreia do Sul, Finlândia, Hong Kong e Xangai. Se comparamos o desempenho dos 10% mais ricos do Brasil com o dos 10% mais ricos dos países desenvolvidos, a diferença que nos separa é equivalente a quase um ano de escolaridade. É como se a elite daqueles países estudasse um ano inteiro a mais que a nossa. Esses resultados ficam mais visíveis no ensino médio, mas as dificuldades começam antes. A recente Prova ABC, com crianças de 8 anos, mostrou que já nessa idade 21% dos alunos de escolas privadas não alcançam o desempenho mínimo esperado em português e 26% em matemática.

Como se explica, então, que a maioria dos pais de alunos das escolas privadas esteja satisfeita com a qualidade da escola dos filhos e que não se vejam muitos movimentos pela criação de mais escolas de ponta na rede privada que se equiparem àquelas dos países desenvolvidos? Suspeito que a resposta tenha muito a ver com algo que os alemães magistralmente chamaram de Schadenfreude: a satisfação diante da desgraça alheia. Os pais com filhos em escolas privadas se satisfazem com o fato de a educação pública ser ainda pior. Se no Enem as escolas privadas só chegam a 56 pontos, as públicas não passam de míseros 37. Se na Prova ABC um em cada cinco alunos das escolas privadas não atinge o nível esperado de aprendizado, o que dizer dos alunos da escola pública, em que mais da metade não atinge esse nível em leitura e dois terços em matemática?!

Se você é um típico pai ou mãe de aluno de escola particular, é grande a possibilidade de que ache que já está fazendo tudo o que pode ao trabalhar duro para pagar uma boa escola. O aprendizado, você acha que é obrigação da escola. Cada vez que você lê sobre alguma avaliação educacional, acha que o problema é de quem estuda em escola pública. Ao ver os resultados desses testes e não encontrar a escola de seu filho nas piores posições do ranking, você tem a reconfortante sensação de que seus esforços estão dando resultado, de que, na competição que é o mundo moderno, a educação que você consegue oferecer a seu filho já lhe dá uma grande vantagem. 

Tenho más notícias. Primeira: os tempos mudaram, e a arena de competição desta geração não é mais o Brasil, mas o mundo. Se seu filho for despreparado, vai perder o emprego para um indiano, australiano ou chinês. Você talvez sinta pena dos alunos das escolas públicas, mas os chineses e finlandeses sentem pena de você. Segunda: o desempenho superior da escola de seu filho se deve mais a você do que à escola. Naercio Menezes, do Insper, fez uma análise econométrica dos dados do Saeb e nela demonstra que dois terços da diferença de desempenho entre os alunos das escolas públicas e os das particulares são atribuíveis ao nível socioeconômico dos pais. As escolas privadas não são muito melhores do que as públicas. A grande diferença é que atendem um público mais pronto para aprender.

Por que esse déficit de qualidade, mesmo na rede paga? Primeiro, porque o sistema brasileiro de formação de professores é péssimo. A futura professora sai da faculdade despreparada. A escola particular ainda tem uma certa vantagem por poder contratar os melhores, pagar a cada um de acordo com o seu desempenho, demitir os piores e impor métodos e cobranças. Assim consegue uma vantagem, mas não tem como tirar leite de pedra. Em segundo lugar, a escola sofre com a pouca cobrança e participação dos pais. Se os pais desencanam do aprendizado dos filhos, o horizonte de possibilidades da escola é reduzido.

Quais as consequências práticas? Os radicais de esquerda, que praguejam contra a “mercantilização do conhecimento” e pregam a estatização do ensino, devem saber que as escolas privadas representam, sim, um ganho de aprendizagem para seus alunos, ainda que menor do que se imagina. A hipótese de que a rede privada prejudica a rede pública não se confirma. Estudos em diversos países mostram que a concorrência com o sistema privado faz bem às escolas públicas, aumentando sua qualidade e elevando o salário dos professores, mas na maioria dos casos o impacto é pequeno. (Os estudos estão disponíveis em twitter.com/gioschpe.) 
Também erram aqueles que acham que a privatização do ensino seria a panaceia. Um estudo sobre o sistema chileno, que privatizou grande parte de sua educação básica, mostra que o caminho preferido das escolas para competir é a seleção dos alunos. Se a escola consegue atrair os melhores, provavelmente será a melhor. Dificilmente o Brasil daria o salto educacional de que precisa apenas com a privatização das escolas: haveria grande concorrência pelos melhores alunos, mas isso não necessariamente melhoraria o nível do ensino como um todo. Sem falar no papel da escola como ambiente socializador e desenvolvedor de uma identidade nacional. Ou seja: o sistema misto e liberal do Brasil está no caminho certo e deve ser protegido dos ideólogos.

No plano micro, quais as lições aos pais? Em primeiro lugar, a de que precisam participar mais da educação dos filhos e se preocupar mais com o aprendizado em termos absolutos e menos com a vantagem da escola deles em relação à escola de seus amigos ou às escolas públicas em seu redor. E, mais importante, os pais precisam saber que não é possível criar uma ilha da fantasia que produz prêmios Nobel em meio a um sistema público esfacelado. Pois é o sistema público que forma os professores de seus filhos. Precisamos pensar como país, encarar o problema de forma sistêmica. Ou resolvemos o problema de todos, ou vamos acabar não resolvendo o de ninguém. No ano que vem haverá eleição municipal. Que tal escolher seu candidato com base no desempenho das escolas que ele já administrou?

Fonte: Veja Online - Educação

7 de setembro de 2011

'O diretor precisa se ver como um gerente'


Educador. Para o americano Richard Hinckley, papel do professor é facilitar o aprendizado - Divulgação

Richard Hinckley, CEO do Center for Occupational Research and Development (Cord)

Com grande experiência profissional e pessoal dentro da escola, Richard Hinckley acha que o diretor, antes de tudo, deve ser um facilitador da vida dos professores, provendo o melhor ambiente de trabalho possível e, assim, impactando na aprendizagem dos alunos. Hoje presidente do Center for Occupational Research and Development (Cord), organização não governamental nos Estados Unidos dedicada à educação, ele esteve recentemente no Brasil para participar do Sala Mundo Curitiba 2011, evento que reuniu especialistas em educação.
Abaixo, leia a entrevista que Hinckley concedeu ao Estado
 
Analisando a sua carreira, vemos que você tem muita experiência dentro das escolas. Qual é a coisa mais importante que você aprendeu com isso?
Aprendi que o professor deve facilitar o aprendizado e mostrar aos estudantes como eles podem aplicar novos conhecimentos e habilidades em diferentes situações. 
 
O que é um bom diretor na sua opinião? Que habilidades ele deve ter? Que diferença ele pode fazer na escola? 
 
Como diretor e superintendente, eu via o meu trabalho como "colocar o giz na borda". Por essa frase quero dizer certificar-se de que os professores têm todas as ferramentas necessárias para fazer seu trabalho sem se preocupar com a falta de suprimentos, mesas quebradas ou com um governo que não os apoia. Um bom diretor fornece as oportunidades de desenvolvimento profissional que os professores precisam para ganhar novas competências pedagógicas. O diretor precisa ver a si mesmo como um gerente e um facilitador para o professor, proporcionando o melhor currículo, o melhor ambiente de trabalho e a melhor estrutura possível para que os docentes possam também fazer o seu melhor. Num ambiente assim, um professor pode fazer a diferença com os alunos.

Bons professores fazem bons alunos? 
 
Bons professores conseguem proporcionar experiências de aprendizagem que podem ajudar os estudantes a atingir seus objetivos e, assim, se tornarem bons alunos. 
 
Como a escola pode motivar seus alunos? 
 
Podemos ajudar os alunos a aprender como motivarem a si mesmos, criando uma atmosfera positiva dentro da sala de aula e apresentando materiais escolares que são relevantes para suas próprias vidas e aspirações. Eles se sentem mais motivados quando veem uma razão de ser para a escola e uma razão para aprender sobre si mesmos e sobre o mundo que os cerca.

Na sua opinião, o que seria um bom sistema educacional?

A questão principal dessa pergunta é: "Quais são os resultados?". Se o sistema de ensino está proporcionando aos jovens uma melhor qualificação para conseguirem os melhores empregos e também modos evoluídos para que eles interajam uns com os outros e com o ambiente ao redor, estamos fazendo bem o nosso trabalho como educadores. Bons professores - docentes dedicado que contam com uma boa estrutura de trabalho - são um elemento chave nesse processo. Podem existir as mais diversas estruturas de ensino, mas os dois principais pontos devem sempre ser o respeito aos alunos e o apoio aos professores.

O Brasil teve a terceira maior evolução nas médias entre as 65 nações que participaram do último Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa). Como você vê essa melhora?

O Pisa coloca os estudantes de uma nação para serem avaliados em comparação com os de outros países. Assim, prepara os alunos para que façam parte do mundo globalizado. Nós todos vivemos em uma economia global do conhecimento e, se o Brasil está preparando seus estudantes para viver e interagir melhor globalmente, isso é muito bom.

O Brasil está elaborando um novo Plano Nacional de Educação para os próximos dez anos. Está em discussão a reserva de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) para a área. Educadores defendem 10%. O que você acha desse debate?

O financiamento é importante, mas não deve ser a razão para o sucesso ou o fracasso do sistema. O que deve ser feito com 7% ou 10% e como esse valor será utilizado é o aspecto mais importante. 

Fonte: Estadão Online
 

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