Blog da Escola de Referência e Educação Jovens e Adultos Amaury de Medeiros

.

7 de janeiro de 2009

FAIXA DE GAZA, O NOVO GUETO DE VARSÓVIA

Prof. Edvaldo Cavalcante

Começamos o ano de 2009 com as tristes notícias chegadas do Oriente Médio. O acirramento da secular rivalidade entre Árabes e Judeus, merece uma reflexão. Antes de tudo, entenda como um país do tamanho do estado de Sergipe, tem um dos exércitos mais poderosos do mundo.

O Estado de Israel foi criado no pós-guerra, depois de uma resolução da ONU. No começo o país se mantinha através de doações que chegavam de judeus dos quatro cantos do planeta. Esse quadro mudou rapidamente. Com fortes investimentos em educação e tecnologia, Israel tranformou-se numa potência tecnológica e bélica. Hoje em dia, o país é um grande produtor de softwares e é detentor da melhor indústria bélica do planeta. O pequeno país de aproximadamente 20.700 Km² alcançou o chamado Primeiro Mundo.

De onde vem a rivalidade? Árabes e Judeus, antes de tudo, têm a diferença religiosa. A rivalidade começa por aí. Na história de Abraão, a Bíblia nos conta que ele, impaciente porque sua mulher Sara não engravidava, serviu-se de uma escrava egípcia e foi pai de Ismael. Entretanto, aos 90 anos, Sara deu a luz ao filho legítimo (é assim que a Bíblia o trata) de Abraão, Isaque. O que isso tem a ver com a guerra? Bom, nos dias de hoje correntes judaicas propagam a diferença entre os dois povos devido a descendência: os judeus descendem do filho legítimo de Abraão, Isaque. Os árabes descendem do filho bastardo, Ismael. Os judeus tiram dessa parca idéia, o sentimento de superioridade.

Quando o Esatdo de Israel foi criado, sua capital era (para a ONU ainda é) Tel Aviv, depois que ocuparam Jerusalém, eles proclamaram a cidade sagrada como “capital de Israel”.

Através da ocupação de territórios palestinos Israel se impôs no Oriente Médio. A Península do Sinai ocupada na grande expansão de 1967, foi devolvida ao Egito, depois que esse país reconheceu a soberania de Israel. Ao longo dos anos a rivalidade foi se acirrando, mas Israel manteve-se sempre numa posição de superioridade.

Houve um momento em que o mundo chegou a acreditar que um acordo de paz seria possível. Em 1993, com a mediação dos Estados Unidos (Bill Clinton), Yasser Arafat, líder da OLP, e Yitzhak Rabin, primeiro-ministro de Israel, firmam em Washington um acordo prevendo a criação de uma Autoridade Nacional Palestina. Mas, grupos extremistas dos dois lados minaram o acordo. Desde então, árabes e judeus vêm escrevendo um dos capítulos mais tristes e violentos da história da humanidade. Atentados, bombardeios e trocas de acusações fazem parte do cotidiano desses dois povos.

O destaque negativo nessa longa história de guerra, sem dúvida, é do líder israelense Ariel Sharon. Um dos criadores do Likud (partido ultranacionalista israelense), ele foi primeiro ministro de Israel entre 2001 e 2006, quando se afastou por ter sofrido um AVC. Shron pôs em prática uma política de não-tolerância aos palestinos, chegando ao absurdo de recriar um vergonhoso ícone da Guerra Fria, o Muro da Segregação. Ele ordenou a construção de uma grande muralha segregando vários assentamentos palestinos. O triste capitulo que estamos assistindo nessa virada de ano, é resultado dessa política ultra direitista que, diga-se de passagem, tem o apoio dos Estados Unidos. Os horrores do Holocausto, que serviram de bandeira de protesto dos israelenses desde o fim da Segunda Guerra, ressurgem agora, inexplicavelmente, tendo como algozes as antigas vítimas.

Nada justifica o terrorismo praticado pelos árabes, assim como o genocídio que vem se configurando a cada ataque israelense. Religião para quê ?

0 comentários:

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More

 
Design by Free WordPress Themes | Bloggerized by Lasantha - Premium Blogger Themes | Affiliate Network Reviews